À frente, fogo.
Numa penumbra, vida
para descobrir.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Árvores - Parte III
«(...) pois a sepultura não pode louvar-te, a morte não pode cantar o teu louvor. (...)
Os vivos, somente os vivos, te louvam (...)»
Isaías 38:18, 19
FIGUEIRAS
«Quem cuida de uma figueira, comerá do seu fruto;
quem cuida do seu senhor, receberá honra»,
dizia já o secular adágio.
A sua razão de existir nem sempre fora, todavia,
suficientemente conspícua ou motivadora.
Seria pelo formalismo sem conteúdo "ex traditione" herdado ou pelo conformismo atado pela cegueira do preconceito, medo do sacrilégio ou simples preguiça inimiga da criatividade?
O que é certo é que o papel na Terra do chamado "povo de Deus" apenas raras vezes fora devidamente entendido e imitado.
Mas, entender o papel da figueira é assunto, porventura, bastante mais simples...
Árvore, fonte de abrigo, sombra, alimento, vida. Folhas e frutos com propriedades terapêuticas desde há muito conhecidas.
Houve uma que, por não matar oportunamente a fome ao seu Senhor, secou, para grande admiração dos transeuntes. Certamente, era esperado desfecho diferente.
Houve outra que foi enxertada no lugar da que secou, ambas agora consideradas sob forma de oliveiras, mananciais de óleo santo. Mas, se a rejeição da primeira foi sinónimo de reconciliação universal, que será a sua aceitação, senão vida dentre os mortos? Pois, Deus tem poder para voltar a enxertá-la.
Que se dirá, igualmente, de rituais mortos e de celebrações formais, nos nossos dias?
O engano da superficialidade com que a figueira transita diariamente tem-na suplantado, atingida que está de tão mortal ferida. Como esperará, por seu esforço, escapar ou trazer bênção às nações, enganando-se a si mesma?
O lugar central de adoração tem sido sistematicamente profanado por todos os que a ele ritualisticamente acorrem, sem discernimento acerca do significado da figueira.
Têm-se esforçado, gritado a plenos pulmões. Continuam, porém, sem fôlego de Vida.
Parafraseando o rei que esteve um dia moribundo, sentenciado à morte, é impossível que a sepultura Te louve, os mortos não podem cantar o Teu louvor ou esperar pela Tua fidelidade. Somente os vivos Te louvam, os pais testemunham da Tua fidelidade aos seus filhos.
Como, pois, se poderá recuperar de tão letal chaga?
A resposta profética foi pronta:
«Apliquem um emplasto de figos na ferida, e sarará!»
Figos... O fruto individual das árvores em questão. O poderoso amor do Espírito diariamente experimentado e consistentemente vivido sob a forma de alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio, contra o qual não existe lei que possa prevalecer e que destrói todas as manifestas obras da inclinação naturalmente carnal.
É esse o sinal de que se pode, afinal, subir legitimamente ao templo do Senhor.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Metamorfose
«Do norte vem luz dourada;
Deus vem em temível majestade.»
- Jó 37:22
Chegaste no meio
da densa tempestade iluminaste o sentimento
Motivaste a cultura do espírito indiviso
solidificado na certeza da Tua liberdade
Falaste do meio
das profusas trevas produziste revelação
Acalmaste a aflição da dúvida constante
pela eterna certeza da Tua interrogação
Declaraste o meio
o processo de libertação do medo da Queda
do permanente dualismo contraditório
pela lei do Espírito e da Tua Vida
Concluíste o processo
encetado sobre o único receio que Te pode servir
o fundamento de um coração que tem pavor
de pecar contra Ti
Trouxeste, afinal, o epílogo
à dor da eterna contradição mortal
pela demonstração da Tua sabedoria
Promessa segura ao temor que te devem
Deus vem em temível majestade.»
- Jó 37:22
Chegaste no meio
da densa tempestade iluminaste o sentimento
Motivaste a cultura do espírito indiviso
solidificado na certeza da Tua liberdade
Falaste do meio
das profusas trevas produziste revelação
Acalmaste a aflição da dúvida constante
pela eterna certeza da Tua interrogação
Declaraste o meio
o processo de libertação do medo da Queda
do permanente dualismo contraditório
pela lei do Espírito e da Tua Vida
Concluíste o processo
encetado sobre o único receio que Te pode servir
o fundamento de um coração que tem pavor
de pecar contra Ti
Trouxeste, afinal, o epílogo
à dor da eterna contradição mortal
pela demonstração da Tua sabedoria
Promessa segura ao temor que te devem
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Árvores - Parte II
Havia um rei na grande e antiga Babilónia, lugar de confusão de línguas e linguagens espirituais, que se tornou o epítome da alegoria das árvores.
A árvore cresceu tanto, que a copa se encostou ao céu, tornando-se visível até aos limites da Terra. Possuía bela folhagem, abundância de frutos bons, que podiam alimentar a todos suficientemente. Debaixo dela, havia abrigo para os animais do campo e as aves habitavam em seus ramos. Todas as criaturas se alimentavam dela.
O seu propósito existencial fora cumprido, qual vida encostada ao Deus vivo, verdadeiro, cuja plenitude é nela espelhada, passando a ser testemunhável por toda a gente, até aos confins da respectiva esfera de influência pessoal e ministerial. Essa pessoa transformara-se, assim, em alguém que cumpria uma visão, executava um mandato específico em nome do que a enviara, consumava uma era, tendo poder para curar feridas espirituais, emocionais e físicas, da mesma sorte que as folhas das árvores que permanecerem junto às águas hão-de servir de remédio que alimente a saúde de muitas nações.
Os frutos visíveis nessa vida eram realmente bons, próprios para consumo, apetecíveis, já que traziam verdadeiro e permanente sustento ao faminto e renovação de forças ao cansado e abatido. O seu "pão" era jogado sobre muitas "águas", não se negando intencionalmente a ninguém. Sob a sua copa, abrigavam-se todos quantos necessitavam da segurança e da sombra por ela providas, de maneira que conseguiam resistir ao forte sopro da tempestade, aos ventos sazonais contrários, assim como aos duros golpes de um sol implacavelmente escaldante, num longo dia de trabalho no campo.
A jornada tornara-se, pois, muitíssimo mais agradável consigo por perto.
Tanto homens, como anjos interagiam com aquele ser, em perfeita simbiose. Os primeiros, abrigando-se e nele encontrando abrigo verdadeiro. Os últimos, trazendo pronta ministração em seu favor, quais serviçais esvoaçantes, que atendem ao suprimento das necessidades dos seus senhores.
Igualmente, toda a casta espiritual adversa lhe estava sujeita, uma vez que executava justiça e exercia autoridade com verdadeira legitimidade, em nome de quem o enviara.
Então se fez ouvir o veredicto. No dia em que andava passeando descansado, satisfeito e próspero no seu palácio, inteiramente absorto na mediocridade dos seus próprios projectos, soou, no alto, a sentinela:
«Derrubem a árvore. Cortem-lhe os ramos. Arranquem-lhe as folhas. Espalhem os seus frutos.
Fujam os animais de debaixo dela e as aves dos seus galhos.
Deixem, porém, o remanescente do tronco com as raízes, agrilhoados com ferro e bronze, no chão, no meio da relva, da qual se alimentará juntamente com os animais, sendo coberto pelo refrescante orvalho celeste. Retirem-lhe o entendimento humano e deixem que se comporte como as bestas da terra até que o ciclo do tempo perfeito se complete, como está determinado a seu respeito.
Assim, se saberá a Quem pertence verdadeiramente o domínio, a autoridade e a glória e que os concede a quem designa, ao mais simples dos homens.»
Deixou que o engano o iludisse. Convenceu-se de que tudo quanto de grandioso lhe sucedera até àquele momento, derivara da sua capacidade e mérito pessoais. E achou que a finalidade de tudo aquilo era o seu próprio engrandecimento individual. Errou quanto ao meio e ao fim. Não quanto ao princípio. Não quanto às raízes, que estavam agora aprisionadas sob correntes humanamente inquebráveis, mas cuja existência representava, talvez, a possibilidade de um novo começo.
Acreditou à boa e estulta maneira de qualquer imbecil maldito, que toda a arquitectura da grande cidade em que habitava tinha sido planeada e edificada por sua própria mão, para sua glória individual.
Poderá haver satisfação mais mesquinha, cega e limitada do que a de não buscar um propósito maior, que nos transcenda a todos?
Tudo quanto fora determinado a seu respeito integralmente se cumpriu.
A mente humana foi-lhe tirada, tendo sido substituída por uma semelhante à dos que nada de realmente importante conseguem discernir. Consentânea, de resto, com a respectiva estultícia. Foi expulso de entre os que detinham autoridade e a quem se imputava a responsabilidade da governação do mundo. Passou a alimentar-se de manjar idêntico ao dos que servem sem discernimento algum. Contudo, seu corpo exposto às vulgares intempéries, era, ao mesmo tempo, banhado pelo orvalho celeste, enquanto seus pêlos e cabelos cresciam lenta e progressivamente, imperceptíveis, até que se tornaram protectoras penas de águia e suas unhas, aguçadas garras de ave.
Findo aquele interlúdio, ergueu os olhos para o Céu. Imediatamente, se apercebeu de que o seu entendimento voltara.
Então, louvou Aquele que lho tinha tomado para voltar a dar-lho.
Cobriu-O com a honra e deu-Lhe a glória que Lhe pertencia.
Compreendeu, finalmente, que Ele vive para sempre, que o Seu domínio é eterno, o Seu reino multigeracional, nada representando os povos da Terra diante de Si. Que age conforme Lhe parece bem para com o mundo espiritual, assim como para com o natural e não há quem Lhe possa resistir ou inteligentemente perguntar "Por que agiste desta forma?"
Miraculosa e inesperadamente, o rei recuperou o entendimento juntamente com a honra e majestade reais de que havia sido despido, bem como a glória do reino de que tinha sido destituído. Seus conselheiros e nobres procuraram-no. Reinvestiram-no no Trono e proporcionaram-lhe ainda maior e mais elevado estatuto do que o anterior.
«Agora eu louvo, exalto e glorifico o Rei dos Céus, porque tudo o que faz é correcto e todos os Seus caminhos são justos. Ele tem poder para humilhar os que vivem com arrogância.»
Até aqui a meditação da Árvore das árvores.
Quem, no meio da floresta, tiver ouvidos para ouvir, ouça.
A árvore cresceu tanto, que a copa se encostou ao céu, tornando-se visível até aos limites da Terra. Possuía bela folhagem, abundância de frutos bons, que podiam alimentar a todos suficientemente. Debaixo dela, havia abrigo para os animais do campo e as aves habitavam em seus ramos. Todas as criaturas se alimentavam dela.
O seu propósito existencial fora cumprido, qual vida encostada ao Deus vivo, verdadeiro, cuja plenitude é nela espelhada, passando a ser testemunhável por toda a gente, até aos confins da respectiva esfera de influência pessoal e ministerial. Essa pessoa transformara-se, assim, em alguém que cumpria uma visão, executava um mandato específico em nome do que a enviara, consumava uma era, tendo poder para curar feridas espirituais, emocionais e físicas, da mesma sorte que as folhas das árvores que permanecerem junto às águas hão-de servir de remédio que alimente a saúde de muitas nações.
Os frutos visíveis nessa vida eram realmente bons, próprios para consumo, apetecíveis, já que traziam verdadeiro e permanente sustento ao faminto e renovação de forças ao cansado e abatido. O seu "pão" era jogado sobre muitas "águas", não se negando intencionalmente a ninguém. Sob a sua copa, abrigavam-se todos quantos necessitavam da segurança e da sombra por ela providas, de maneira que conseguiam resistir ao forte sopro da tempestade, aos ventos sazonais contrários, assim como aos duros golpes de um sol implacavelmente escaldante, num longo dia de trabalho no campo.
A jornada tornara-se, pois, muitíssimo mais agradável consigo por perto.
Tanto homens, como anjos interagiam com aquele ser, em perfeita simbiose. Os primeiros, abrigando-se e nele encontrando abrigo verdadeiro. Os últimos, trazendo pronta ministração em seu favor, quais serviçais esvoaçantes, que atendem ao suprimento das necessidades dos seus senhores.
Igualmente, toda a casta espiritual adversa lhe estava sujeita, uma vez que executava justiça e exercia autoridade com verdadeira legitimidade, em nome de quem o enviara.
Então se fez ouvir o veredicto. No dia em que andava passeando descansado, satisfeito e próspero no seu palácio, inteiramente absorto na mediocridade dos seus próprios projectos, soou, no alto, a sentinela:
«Derrubem a árvore. Cortem-lhe os ramos. Arranquem-lhe as folhas. Espalhem os seus frutos.
Fujam os animais de debaixo dela e as aves dos seus galhos.
Deixem, porém, o remanescente do tronco com as raízes, agrilhoados com ferro e bronze, no chão, no meio da relva, da qual se alimentará juntamente com os animais, sendo coberto pelo refrescante orvalho celeste. Retirem-lhe o entendimento humano e deixem que se comporte como as bestas da terra até que o ciclo do tempo perfeito se complete, como está determinado a seu respeito.
Assim, se saberá a Quem pertence verdadeiramente o domínio, a autoridade e a glória e que os concede a quem designa, ao mais simples dos homens.»
Deixou que o engano o iludisse. Convenceu-se de que tudo quanto de grandioso lhe sucedera até àquele momento, derivara da sua capacidade e mérito pessoais. E achou que a finalidade de tudo aquilo era o seu próprio engrandecimento individual. Errou quanto ao meio e ao fim. Não quanto ao princípio. Não quanto às raízes, que estavam agora aprisionadas sob correntes humanamente inquebráveis, mas cuja existência representava, talvez, a possibilidade de um novo começo.
Acreditou à boa e estulta maneira de qualquer imbecil maldito, que toda a arquitectura da grande cidade em que habitava tinha sido planeada e edificada por sua própria mão, para sua glória individual.
Poderá haver satisfação mais mesquinha, cega e limitada do que a de não buscar um propósito maior, que nos transcenda a todos?
Tudo quanto fora determinado a seu respeito integralmente se cumpriu.
A mente humana foi-lhe tirada, tendo sido substituída por uma semelhante à dos que nada de realmente importante conseguem discernir. Consentânea, de resto, com a respectiva estultícia. Foi expulso de entre os que detinham autoridade e a quem se imputava a responsabilidade da governação do mundo. Passou a alimentar-se de manjar idêntico ao dos que servem sem discernimento algum. Contudo, seu corpo exposto às vulgares intempéries, era, ao mesmo tempo, banhado pelo orvalho celeste, enquanto seus pêlos e cabelos cresciam lenta e progressivamente, imperceptíveis, até que se tornaram protectoras penas de águia e suas unhas, aguçadas garras de ave.
Findo aquele interlúdio, ergueu os olhos para o Céu. Imediatamente, se apercebeu de que o seu entendimento voltara.
Então, louvou Aquele que lho tinha tomado para voltar a dar-lho.
Cobriu-O com a honra e deu-Lhe a glória que Lhe pertencia.
Compreendeu, finalmente, que Ele vive para sempre, que o Seu domínio é eterno, o Seu reino multigeracional, nada representando os povos da Terra diante de Si. Que age conforme Lhe parece bem para com o mundo espiritual, assim como para com o natural e não há quem Lhe possa resistir ou inteligentemente perguntar "Por que agiste desta forma?"
Miraculosa e inesperadamente, o rei recuperou o entendimento juntamente com a honra e majestade reais de que havia sido despido, bem como a glória do reino de que tinha sido destituído. Seus conselheiros e nobres procuraram-no. Reinvestiram-no no Trono e proporcionaram-lhe ainda maior e mais elevado estatuto do que o anterior.
«Agora eu louvo, exalto e glorifico o Rei dos Céus, porque tudo o que faz é correcto e todos os Seus caminhos são justos. Ele tem poder para humilhar os que vivem com arrogância.»
Até aqui a meditação da Árvore das árvores.
Quem, no meio da floresta, tiver ouvidos para ouvir, ouça.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Árvores - Parte I
Toda a árvore que não frutifica é cortada e toda aquela que dá fruto é podada, a fim de dar ainda mais fruto.
Ambas são cortadas, embora de formas distintas. As duas sofrem a fáctica dor da amputação. Uma, conhecendo a inevitável separação da vida ou a morte da grandiosa finalidade com que foi plantada, que é a morte da sua própria "alma". A outra, o "desmembramento" cirúrgico dos respectivos ramos e a metódica limpeza dos galhos que "se opõem" ao nascimento do fruto comestível, agradável ao paladar e a consequente renovação da vida.
Uma, perdendo irremediavelmente o propósito da comunhão com a fonte que alimenta e preserva a sua existência, acaba por perder, em última análise, a própria comunhão com a mesma fonte. A outra, "perde" apenas o que se interpõe no caminho, impedindo-a de frutificar ainda mais abundantemente.
Somente uma inteligência extraordinária poderá intuir e determinar em absoluto quais os ramos de que se pode esperar ainda suficiente e tragável fruto e aqueles que se encontram irremediável e definitivamente comprometidos, pelo facto do mesmo ser ocasional ou de má qualidade, já que nem tudo o que parece é.
Deixemos, então, as leituras de sentenças para quem está investido no cargo e possui legitimidade para fazê-lo e preocupemo-nos, antes, em "dar fruto" de qualidade, abundante e que satisfaça quem dele necessitar e se quiser alimentar.
Ambas são cortadas, embora de formas distintas. As duas sofrem a fáctica dor da amputação. Uma, conhecendo a inevitável separação da vida ou a morte da grandiosa finalidade com que foi plantada, que é a morte da sua própria "alma". A outra, o "desmembramento" cirúrgico dos respectivos ramos e a metódica limpeza dos galhos que "se opõem" ao nascimento do fruto comestível, agradável ao paladar e a consequente renovação da vida.
Uma, perdendo irremediavelmente o propósito da comunhão com a fonte que alimenta e preserva a sua existência, acaba por perder, em última análise, a própria comunhão com a mesma fonte. A outra, "perde" apenas o que se interpõe no caminho, impedindo-a de frutificar ainda mais abundantemente.
Somente uma inteligência extraordinária poderá intuir e determinar em absoluto quais os ramos de que se pode esperar ainda suficiente e tragável fruto e aqueles que se encontram irremediável e definitivamente comprometidos, pelo facto do mesmo ser ocasional ou de má qualidade, já que nem tudo o que parece é.
Deixemos, então, as leituras de sentenças para quem está investido no cargo e possui legitimidade para fazê-lo e preocupemo-nos, antes, em "dar fruto" de qualidade, abundante e que satisfaça quem dele necessitar e se quiser alimentar.
sábado, 24 de maio de 2008
Inmost Fibre
Poets posses recoil from chortling grave's
inhaled ghosts delicious fears,
which your soul smilingly exhale.
They're nothing but a crew of dastards!
They dare not know what you have known.
Your countenance proclaims
the unbeatable might within;
You ascertain life with a stern front,
defy death with a brassy laugh...
You are amazing!
You make all bards sound
like uncouth fools.
Copyright ©2008rrj
inhaled ghosts delicious fears,
which your soul smilingly exhale.
They're nothing but a crew of dastards!
They dare not know what you have known.
Your countenance proclaims
the unbeatable might within;
You ascertain life with a stern front,
defy death with a brassy laugh...
You are amazing!
You make all bards sound
like uncouth fools.
Copyright ©2008rrj
Cobaltic Love
A dull whistle echoed on the liquid surface
The lovers chat vibrant chuckle waltzed
under the firmament
The anticipant dawn clenched the null pledge
of emotions sketched in the air
«Après tout,
je ne crois pas que je t'aime vraiment...»
With stifled secrets of cobaltic love
this languid disclosure veiled
an indulging interlude of ardent azure rendezvous
The lovers chat vibrant chuckle waltzed
under the firmament
The anticipant dawn clenched the null pledge
of emotions sketched in the air
«Après tout,
je ne crois pas que je t'aime vraiment...»
With stifled secrets of cobaltic love
this languid disclosure veiled
an indulging interlude of ardent azure rendezvous
The fervency utopia betrayed the inability
of realness somaesthesia
Copyright ©2008 rrj
of realness somaesthesia
Copyright ©2008 rrj
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Contradição da Dúvida versus Certeza do Amor
No princípio, era a Palavra Viva e Fiel.
A que não mente em hipótese alguma, nem para salvar a própria pele. Aquela que transmite serenidade e paz no dia da insegurança e da intranquilidade.
Tu estavas lá, passeavas com Ela, no jardim. Convidava-te a momentos em que a solitude era, por ambas, verdadeiramente apreciada, porque partilhada de igual para igual, face a face, sem esquemas ou suterfúgios, porque sabias que eras realmente amada, apreciada e isso fazia com que tivesses vontade de amar de volta e saboreasses cada átomo da frescura do fim de dia.
Um dia percebeste finalmente...
Estavas viva, realmente viva!
Escutaste atentamente o conselho que te foi dado.
Era essa Vida que devias procurar sempre, encontro marcado ao entardecer.
Entedeste que para Ela, o único critério válido da tua própria existência era o poder que de Si mesma emanava, fluindo como um rio que se renova todos os dias, l(a)vando o que é velho e bafiento e trazendo coisas novas, do mesmo passo que vai restaurando a vegetação, junto à margem. Só o seu fruto te saciaria na devida medida da tua voragem. Apenas a respetiva folhagem te daria abrigo e remédio, no dia da enfermidade.
Sabias que conhecer simplesmente o bem e o mal, o certo e o errado e todos os demais conflitos e contradições existenciais, te separaria daquela Vida, te faria definhar lentamente até expirares, por fim.
«Como é empolgante viver da abundante novidade continuamente!»
Davas por ti a pensar, enquanto deixavas o sorriso escapar pelo canto dos lábios.
Foi, então, que reparaste naquele outro ser fascinante com quem gostavas de comunicar, de vez em quando. «Por que não podes experimentar um dia diferente, sem Vida? Já sei! Aquele teu grande Amor quer, na verdade, manipular-te, fazer-te crer que a lógica do certo e do errado ou do bem e do mal te pode, afinal, roubar o sentido da existência... O que deseja, realmente, é que os teus olhos se quedem cerrados, para que não vejas as outras maravilhas!»
Não pestanejaste nos breves instantes em que o inesperado tiro da dúvida alvejou o teu coração. «E, se é verdade? Se não há, afinal, risco algum em provar o sabor do fruto da outra árvore tão atraente? E, se ela me matar, igualmente, a fome? Se me fizer crescer em sabedoria? Será que estou, realmente, a ser manipulada?»
A célebre dúvida, assassina de relacionamentos cúmplices, destruidora de intimidades, a dúvida que rouba a vida!... Pérfida insinuação, que a todos ilude com seus esquemas vulgares de lógica aparente, que se instala ao de leve, cobrindo-se de vestes de iluminada sabedoria, víbora traiçoeira, afinal, mordaz de todos os modos, sanguinária, alimentando-se ferozmente das próprias carnes! Sabia que cairias facilmente em ardiloso diálogo...
E, a ti?
Apeteceu-te sair para experimentar aquilo que já conhecias?
Quis adonar-se do que era já seu por direito?
Passar a ser quem era? A possuir a Vida e a Sabedoria, que já detinha?
Assim, nasceu e ganhou, entre nós, raízes, a contradição fundada na dúvida latente e persistente, que decorre da falta de diálogo com a própria Vida.
A questão impôs-se, logo.
Haverá, alguma vez, remédio para quem padeça de semelhante maleita?
Primeiro veio a Lei, com seu coração imaculado, mas que não podia ser integralmente cumprida por ninguém, atração irresistível, força de gravidade insuperável que era, então, a gritante dúvida. Depois, a alegoria, simbologia de todas as eras, sombra de coisas a demonstrar futuramente. A nação-exemplo no meio de todas as outras. Parábola narrada durante séculos a fio. Profecia universal. Depois, ainda, o silêncio, pausa dramática que precede a superlatividade do momento.
Finalmente, a própria Vida. A que era ao princípio Palavra Fiel.
Viste?
Chegou perto de ti, tocou o teu coração ferido de morte, livrou-te da contradição da dúvida!
Não te jogou em rosto o passado. Perdoou-te. Sim, perdoou-te, incondicionalmente, a loucura!
Soubeste, outra vez, que te amava, sem esquemas ou suterfúgios. Que jamais te manipulara, afinal. Que foras, na verdade, ludibriada por quem permanentemente questionava o vosso grande Amor.
Ah! Como dançaste, nesse dia!
Foi suave à vista o teu cantar e o teu doce rodopio fez ecoar a liberdade!
A que não mente em hipótese alguma, nem para salvar a própria pele. Aquela que transmite serenidade e paz no dia da insegurança e da intranquilidade.
Tu estavas lá, passeavas com Ela, no jardim. Convidava-te a momentos em que a solitude era, por ambas, verdadeiramente apreciada, porque partilhada de igual para igual, face a face, sem esquemas ou suterfúgios, porque sabias que eras realmente amada, apreciada e isso fazia com que tivesses vontade de amar de volta e saboreasses cada átomo da frescura do fim de dia.
Um dia percebeste finalmente...
Estavas viva, realmente viva!
Escutaste atentamente o conselho que te foi dado.
Era essa Vida que devias procurar sempre, encontro marcado ao entardecer.
Entedeste que para Ela, o único critério válido da tua própria existência era o poder que de Si mesma emanava, fluindo como um rio que se renova todos os dias, l(a)vando o que é velho e bafiento e trazendo coisas novas, do mesmo passo que vai restaurando a vegetação, junto à margem. Só o seu fruto te saciaria na devida medida da tua voragem. Apenas a respetiva folhagem te daria abrigo e remédio, no dia da enfermidade.
Sabias que conhecer simplesmente o bem e o mal, o certo e o errado e todos os demais conflitos e contradições existenciais, te separaria daquela Vida, te faria definhar lentamente até expirares, por fim.
«Como é empolgante viver da abundante novidade continuamente!»
Davas por ti a pensar, enquanto deixavas o sorriso escapar pelo canto dos lábios.
Foi, então, que reparaste naquele outro ser fascinante com quem gostavas de comunicar, de vez em quando. «Por que não podes experimentar um dia diferente, sem Vida? Já sei! Aquele teu grande Amor quer, na verdade, manipular-te, fazer-te crer que a lógica do certo e do errado ou do bem e do mal te pode, afinal, roubar o sentido da existência... O que deseja, realmente, é que os teus olhos se quedem cerrados, para que não vejas as outras maravilhas!»
Não pestanejaste nos breves instantes em que o inesperado tiro da dúvida alvejou o teu coração. «E, se é verdade? Se não há, afinal, risco algum em provar o sabor do fruto da outra árvore tão atraente? E, se ela me matar, igualmente, a fome? Se me fizer crescer em sabedoria? Será que estou, realmente, a ser manipulada?»
A célebre dúvida, assassina de relacionamentos cúmplices, destruidora de intimidades, a dúvida que rouba a vida!... Pérfida insinuação, que a todos ilude com seus esquemas vulgares de lógica aparente, que se instala ao de leve, cobrindo-se de vestes de iluminada sabedoria, víbora traiçoeira, afinal, mordaz de todos os modos, sanguinária, alimentando-se ferozmente das próprias carnes! Sabia que cairias facilmente em ardiloso diálogo...
E, a ti?
Apeteceu-te sair para experimentar aquilo que já conhecias?
Quis adonar-se do que era já seu por direito?
Passar a ser quem era? A possuir a Vida e a Sabedoria, que já detinha?
Assim, nasceu e ganhou, entre nós, raízes, a contradição fundada na dúvida latente e persistente, que decorre da falta de diálogo com a própria Vida.
A questão impôs-se, logo.
Haverá, alguma vez, remédio para quem padeça de semelhante maleita?
Primeiro veio a Lei, com seu coração imaculado, mas que não podia ser integralmente cumprida por ninguém, atração irresistível, força de gravidade insuperável que era, então, a gritante dúvida. Depois, a alegoria, simbologia de todas as eras, sombra de coisas a demonstrar futuramente. A nação-exemplo no meio de todas as outras. Parábola narrada durante séculos a fio. Profecia universal. Depois, ainda, o silêncio, pausa dramática que precede a superlatividade do momento.
Finalmente, a própria Vida. A que era ao princípio Palavra Fiel.
Viste?
Chegou perto de ti, tocou o teu coração ferido de morte, livrou-te da contradição da dúvida!
Não te jogou em rosto o passado. Perdoou-te. Sim, perdoou-te, incondicionalmente, a loucura!
Soubeste, outra vez, que te amava, sem esquemas ou suterfúgios. Que jamais te manipulara, afinal. Que foras, na verdade, ludibriada por quem permanentemente questionava o vosso grande Amor.
Ah! Como dançaste, nesse dia!
Foi suave à vista o teu cantar e o teu doce rodopio fez ecoar a liberdade!
Subscrever:
Mensagens (Atom)