quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Parada Carismática

À frente, fogo.
Numa penumbra, vida
para descobrir.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Árvores - Parte III

«(...) pois a sepultura não pode louvar-te, a morte não pode cantar o teu louvor. (...)
Os vivos, somente os vivos, te louvam (...)»
Isaías 38:18, 19




FIGUEIRAS


«Quem cuida de uma figueira, comerá do seu fruto;
quem cuida do seu senhor, receberá honra»,
dizia já o secular adágio.

A sua razão de existir nem sempre fora, todavia,
suficientemente conspícua ou motivadora.
Seria pelo formalismo sem conteúdo "ex traditione" herdado ou pelo conformismo atado pela cegueira do preconceito, medo do sacrilégio ou simples preguiça inimiga da criatividade?
O que é certo é que o papel na Terra do chamado "povo de Deus" apenas raras vezes fora devidamente entendido e imitado.

Mas, entender o papel da figueira é assunto, porventura, bastante mais simples...
Árvore, fonte de abrigo, sombra, alimento, vida. Folhas e frutos com propriedades terapêuticas desde há muito conhecidas.

Houve uma que, por não matar oportunamente a fome ao seu Senhor, secou, para grande admiração dos transeuntes. Certamente, era esperado desfecho diferente.

Houve outra que foi enxertada no lugar da que secou, ambas agora consideradas sob forma de oliveiras, mananciais de óleo santo. Mas, se a rejeição da primeira foi sinónimo de reconciliação universal, que será a sua aceitação, senão vida dentre os mortos? Pois, Deus tem poder para voltar a enxertá-la.

Que se dirá, igualmente, de rituais mortos e de celebrações formais, nos nossos dias?
O engano da superficialidade com que a figueira transita diariamente tem-na suplantado, atingida que está de tão mortal ferida. Como esperará, por seu esforço, escapar ou trazer bênção às nações, enganando-se a si mesma?

O lugar central de adoração tem sido sistematicamente profanado por todos os que a ele ritualisticamente acorrem, sem discernimento acerca do significado da figueira.
Têm-se esforçado, gritado a plenos pulmões. Continuam, porém, sem fôlego de Vida.
Parafraseando o rei que esteve um dia moribundo, sentenciado à morte, é impossível que a sepultura Te louve, os mortos não podem cantar o Teu louvor ou esperar pela Tua fidelidade. Somente os vivos Te louvam, os pais testemunham da Tua fidelidade aos seus filhos.

Como, pois, se poderá recuperar de tão letal chaga?

A resposta profética foi pronta:
«Apliquem um emplasto de figos na ferida, e sarará!»

Figos... O fruto individual das árvores em questão. O poderoso amor do Espírito diariamente experimentado e consistentemente vivido sob a forma de alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio, contra o qual não existe lei que possa prevalecer e que destrói todas as manifestas obras da inclinação naturalmente carnal.

É esse o sinal de que se pode, afinal, subir legitimamente ao templo do Senhor.