quinta-feira, 11 de junho de 2009

Fermento ou Alimento?


«Quando Efraim falava, tremia-se; foi exalçado
em Israel; mas ele fez-se culpado em Baal,
e morreu.»


«Eu te conheci no deserto, em terra muito seca.»


«Efraim dirá:
Que mais tenho eu com os ídolos?
Eu o tenho ouvido, e isso considerarei:
eu sou como a faia verde:
de mim é achado o Teu fruto»

Os. 13:1, 5; 14:8


«Assim invalidastes, pela vossa tradição o mandamento
de Deus.»


«Não compreendeis ainda,
nem vos lembrais dos cinco pães
para cinco mil homens,
e de quantas alcofas levantastes?


Nem dos sete pães para quatro mil,
e de quantos cestos levantastes?»


«Então compreenderam que não
dissera que se guardassem do fermento do pão,
mas da doutrina
dos fariseus.»


Mt. 15:6, 9, 10 e 12


Outrora

na evolutiva cadeia
das espécies espirituais
dos homens


Quando a Criação gemia
com parturiente
clamor aguardando
grito preso

em crepuscular
garganta

o dealbar
do novo Dia intemporal

Quando se assentava
nas praças do silêncio
prostrada em ruas
e becos de
tangível anestesia


e se agitava
na aceleração do letal
pensamento

inanimada
de fome


Quando congelando
a aparente
indiferença no olhar
se demorava
por populares dias de festejos
inacabados

de oblívio

Quando os seus condutores
tão ébrios

para poderem vê-la

claramente

se juntavam uns aos outros
em esforço inútil
para curar-lhe a "alma"

amortalhados
pelos estertores
do Teu poder
então inexistente
para eles


e para os que os seguiam
em templos geracionalmente

esculpidos
por mãos humanas

frágeis
débeis
sem vida

Enquanto invalidavam
o primado do Teu Amor
recorrendo ao código
fácil do Teu Nome

sem nunca
Te terem contemplado
da altura do Teu monte
sagrado

ou vivenciado atormentadora
paixão dilacerante
que prende
para sempre

orvalhando o sono
dos que de Ti

sentem saudade
em suas camas

Quando dizimavam
a honra devida ao seu
próximo
em gananciosa oferta
de rapina

moeda trocada

por Tua Graça


Sacudiste a minha aridez
qual poeira desértica

Juntaste todos os meus ossos

Sopraste outra vez em
minhas narinas de barro


Puseste-me a caminho
da minha Morte

ao encontro

da tua Geração
em mim há muito formada

do meu exército privado
de homens sem valor

do legado eterno
que só Tu em verdade
conheces


Não sei como me guardaste de tão inebriante
fermento humano

Estive próxima da vil sepsia
doutrinal
prestes a casar por carnal
conveniência

ou questão de sobrevivência
cultural

Felizmente

nomeaste anónimos

medíocres

apóstolos
profetas
evangelistas
pastores
mestres


sem especialidade ou título
no meio das gentes


a quem escutaram pecadores
entendendo sem que lhes pronunciassem
palavra


porque seus corações
estavam prontos


para Teu alimento
o fundamento eterno

lançado em cestos urdidos

pela perfeição de Teus dedos

1 comentário:

Danny disse...

É de valor esta tua prosa em forma de análise à importância do pão. Primeiro em forma de Maná no deserto para os israelitas. Depois em forma de pão para as multidões nos milagres de Jesus. Apesar das falhas dos Israelitas e das nossas, Deus teve misericérdia.
Essa nova vida através de Cristo "o Pão da Vida" é a nossa realidade e vivemos de "toda e por toda a palavra que sai da boca Dele".

Bem hajas. Parabéns :)